Primeiramente, é importante sinalizar que ter relacionamentos duradouros e prazerosos está intimamente relacionado à melhor qualidade de vida, longevidade e envelhecimento saudável. Então, investir na qualidade dos nossos relacionamentos favorece também que sejamos pessoas mais felizes e que vivamos mais.
Mas, o que faz o amor durar?
Pergunta bastante complexa essa, não? Isso porque, inicialmente temos que pensar o que é o amor? Esse amor romântico, construído a dois. O amor pode ser entendido como sentimento (carinho, alegria, euforia), reações físicas (frio na barriga, falta de ar, excitação), mas também é comportamento (abraçar, beijar, ficar juntos), pois realizamos ações que aprendemos a nomear como amar.
Mas o amor romântico não é um comportamento natural do desenvolvimento humano, como andar e falar, a forma como sentimos e expressamos amor é aprendida e influenciada por nossa historia de vida e experiências pessoais. Ao nos relacionarmos com outra pessoa podem surgir divergências, em função das diferenças e particularidades de cada um, assim, a manutenção do amor, pode ser permeada de conflitos. Fazer o amor durar, implica em desenvolver tanto estratégias de promoção de bem estar e prazer mútuo quanto de enfrentamento e resolução de problemas.
Para que o amor dure, é necessário o desenvolvimento de habilidades comportamentais, tais como: a assertividade (expressar sentimentos e pensamentos, saber dizer não, estabelecer limites), a empatia (aprender a se colocar no lugar do outro), grau importante de flexibilidade (conseguir fazer a leitura de cada momento de vida e flexibilizar tanto a forma de pensar quanto agir). Além de tolerância, aceitação das diferenças, confiança, cooperação, comunicação com eficácia, admiração, compaixão, comprometimento, parceria, humildade, entre outros comportamentos, (Torres e Wielewicki, 2009).
Dentre essas habilidades, a empatia é uma ferramenta crucial no diálogo e na comunicação de um casal, é grande facilitadora na construção de uma relação amorosa. Ela aproxima o casal, mesmo que enfrentando uma situação difícil.
Para conseguir ser empático, busque o exercício de escuta empática ou escuta ativa:
Passo 1: Comunicação e resumo do que o parceiro disse - (“Eu estou entendendo o que você diz?”) Passo 2: Validação do ponto de vista e sentimentos do parceiro - (“O que você diz faz sentido para mim...”) Passo 3: Compreensão do estado emocional do outro - (“Pelo que você disse, imagino como se sente...”), (Torres e Wielewicki, 2009).
É necessária também, a habilidade de dar suporte emocional: Disponibilidade de se doar, de tolerar e de compreender. Todos precisamos, em algum momento, de acolhimento e amparo. Esse apoio emocional favorece que eventos de aversividade naturais possam se tornar contexto de fortalecimento e união do casal.
Mas existem alguns aspectos que podem afetar negativamente um relacionamento:
Podemos construir regras e auto-regras disfuncionais: Muitas vezes, agimos, até mesmo sem perceber, construindo, idealizando e vivenciando o relacionamento a partir de uma conceituação nossa sobre o que é relacionar-se amorosamente ou viver um amor ideal.
No entanto, poderão ocorrer conflitos no contexto interpessoal e pessoal e, então, a experimentação de sentimentos dolorosos, tais como frustação, tristeza, decepção, desamparo e ansiedade, quando observado um distanciamento entre essa idealização e as reais condições que permeiam a relação afetiva, o que poderá fragilizar o vínculo. Algumas auto-regras comuns que podem prejudicar o relacionamento: Somente serei feliz com essa pessoa dessa maneira; Me conheceu assim nunca mudarei; Tenho que ceder sempre para o outro me amar e não me rejeitar, (Torres e Wielewicki, 2009).
Em contraposição a essas auto-regras disfuncionais, quando conseguimos um posicionamento maduro diante do relacionamento, com maior capacidade de compreensão. Atrelado ainda, a um repertório maior de autoconhecimento, autoestima e autoconfiança, conseguimos discriminar que aquilo que inicialmente atraiu em um parceiro, nem sempre se traduz em algo com o qual a pessoa gostaria de viver pelo resto da sua vida e ser capaz de compreender que não será ele o agente de mudança comportamental do outro.
Uma pessoa que consiga se posicionar dessa maneira no relacionamento, poderá contemplar suas necessidades sob uma perspectiva adequada e comportar-se na direção de satisfazê-las; percebendo-se inteira como é, não dependendo, dessa forma, de outra pessoa para deixá-la completa; sentindo-se capaz de avaliar as situações e fazer julgamentos baseados em dados de realidade, além de buscar atitudes saudáveis no que se refere à satisfazer suas necessidades; • Assumindo assim, atitudes de responsabilidade por sua vida, , (Torres e Wielewicki, 2009).
Por fim, para fazer o amor durar, busque identificar sua linguagem do amor e a do seu/sua parceiro(a) e as coloquem em prática (Chapman, 2013):
- Palavras de afirmação: Palavras que edificam, elogios verbais e palavras de apreciação diretas e simples, como: “Como você ficou bonito (a) com essa roupa; me sinto orgulhosa de como você cuida do nosso filho.
- Tempo de qualidade: dedicar tempo a/ao seu/sua parceiro(a) com atenção (olho no olho) ex: Passear juntos. Pode ser chegar em casa e contar sobre o seu dia, ouvir com interesse, cuidar dos filhos.
- Receber presentes. É algo concreto que você ganha e diz: ele(a) pensou em mim. O objeto em si é um símbolo deste pensamento. Um cartão, uma flor.
- Formas de servir: É fazer aquilo que você sabe que seu cônjuge gostaria que você fizesse. É procurar agradar realizando coisas que ele aprecia. Pode ser o cumprimento de tarefas domésticas, como lavar a louça e preparar o almoço, sem que o cônjuge peça, só por gentileza.
- Toque Físico: No casamento, o toque de amor existe em várias formas. Toques afetuosos serão lembrados muito tempo ainda após as dificuldades terem passado. Um gostoso cafuné, andar de mãos dadas, abraços apertados ou não, relações sexuais.
Referências:
Chapman, Gary. (2013). As Cinco Linguagens do Amor: Como expressar um compromisso de amor a seu cônjuge. Mundo cristão: 2013.
Torres, N. & Wielewicki M. G. (2009). Aprendendo a construir uma relação a dois: repertório do casal, em Wielenska R. C. (org.) Sobre Comportamento e Cognição: Vol. 24. desafios, soluções e questionamentos (1ª ed., pp. 240-248), Santo André: Esetec.
Bem explicado e simples de se entender. Assim é o Amor ��Adorei. Beijos Prima, Barbara Barros Motta
ResponderExcluirObrigada Barbara! Que bom que gostou! A intenção era essa mesmo, poder contribuir para que cada um possa compreender e exercitar o amor! Beijos!
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