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Você sabe qual conteúdo seu filho acessa na internet?


Dia das crianças e Natal chegando e qualquer instrumento tecnológico que possibilite acesso à internet torna-se objeto de desejo de crianças e adolescentes.
Mas você sabe, exatamente, a que conteúdo seu filho é exposto no mundo virtual?
Você sabe dizer se os conteúdos disseminados nos canais infantis são de fato direcionados a esse público?
Recentemente pude acompanhar as principais consequências de uma criança ser exposta a um conteúdo inapropriado: crise de pânico, medo e ansiedade, terror noturno, pesadelos e necessidade de apoio psicológico, por ter assistido histórias de terror.
Justamente por conta dessa experiência, há algumas semanas tenho assistido há canais classificados como infantis, sugeridos por clientes (crianças e adolescente) e o resultado: estou perturbada com os conteúdos que se dizem infantis. Conteúdo de terror, violência, apelo comercial, com conotação sexual, sem sinalização para qual faixa etária se destinam e nenhuma dificuldade para acessá-los.
Além disso, é importante que você esteja ciente que existem animações, voltadas para o público adulto que podem ser facilmente acessadas por crianças, isso porque apresentam traçados, cores e músicas que muito se assemelham a desenhos infantis. Isso, somado a facilidade da própria criança fazer a busca do que deseja assistir e a seleção de filmes que aparece na lateral da tela, favorecem que ela tenha acesso a conteúdo inadequados para seu nível de desenvolvimento.  
Outro risco, presente na internet, são os materiais que usam palavras-chave comuns ao público infantil e personagens conhecidos para expor conteúdo impróprio, especialmente com conotação sexual e pedofilia.

Dicas para acessar com mais segurança:

Os pais devem monitorar o acesso dos filhos, criar mecanismos que possam bloquear o acesso a sites suspeitos e de conteúdo inadequado. Baixar aplicativos que permitem o controle por parte dos pais do que será acessado, além da sugestão de conteúdo próprio para a faixa etária da criança.  Também é importante restringir o tempo de exposição às telas de maneira geral.
Os principais riscos, além do comprometimento emocional já sinalizado, são: Surdez definitiva ou temporária (uso de fone com volume além do recomendado), síndrome do olho seco, dores nos dedos e articulações, comprometimento postural, noite prejudicada de sono. Tais fatores podem repercutir em prejuízos das relações interpessoais como um total: ambiente familiar e social, com os pares da mesma idade e aprendizagem.
E o mais importante! ASSISTA VOCÊ O QUE SEU FILHO TERÁ ACESSO! Junto com seu filho, mas, especialmente antes dele! Isso porque você poderá avaliar se os conteúdos apresentados compactuam com os valores e princípios estabelecidos em família, se estão condizentes com o nível de desenvolvimento e entendimento crítico e, se são realmente adequados à faixa etária do seu filho. Existem aplicativos em que os pais podem fazer pré-seleção dos filmes que poderão ser acessados e bloquear os que julgam inadequados - esse bloqueio pode ser feito inclusive para determinadas palavras-chaves, diminuindo assim o risco que uma criança tenha acesso a conteúdo de violência e conotação sexual.
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Essas são minhas principais dicas sobre o assunto. Sou psicóloga comportamental e atendo crianças e adolescentes há mais de 7 anos. Contato: 43 99958-6102

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